COREN-Ba publica cartilha infantil produzida por estudantes da UniFTC
Representatividade importa, sim! E foi esse pensamento que animou Miralva Conceição dos Santos, 27 anos, e Ítalo Isaías Machado Monteiro, 35 anos, a propor ao Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (COREN-Ba) a elaboração de uma cartilha infantil com explicações lúdicas sobre os cuidados necessários para combater o novo coronavírus, utilizando para isso ilustração de personagens negros. Intitulada “Não dê carona para o corona”, a cartilha foi publicada na última segunda, 15, no site e nas redes sociais do conselho.
Estudantes do 3º semestre do curso de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário UniFTC de Salvador, Miralva e Ítalo contam que a ideia surgiu depois que ela recebeu a demanda de postar nas redes sociais do COREN-Ba, onde atua como estagiária do núcleo de comunicação, informações sobre os cuidados necessários para evitar o contágio da Covid-19. “No momento de pesquisa percebi que alguns quadrinhos já haviam sido postados, porém, sem representatividade e nem tão elaborados. Então entrei em contato com meu colega de turma, Ítalo Isaías, que também é designer além de ilustrador, que de cara comprou a ideia e decidimos fazer o projeto”, disse Miralva.
Na cartilha, que possui linguagem simples e direta, dois personagens negros – Tico, um menino de sete anos que joga capoeira, e Lourdes ou Lulu, uma enfermeira, ensinam as crianças ações do cotidiano que podem ajudar na prevenção da proliferação do novo coronavírus, tais como lavar as mãos com água e sabão, utilizar um pano para cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, usar máscaras, evitar aglomerações, além de orientar sobre o que é o vírus e o que ele causa no corpo humano.
“Participar deste projeto me deixou muito feliz e emocionado porque quando pensamos nos personagens pensamos em trazer o que é próximo da gente. O Tico, por exemplo, foi inspirado no meu sobrinho. Queria que ele se identificasse, pois, sempre que pergunto qual a cor dele, ele me responde que é marrom, e isso me mostra que a questão do racismo ainda não chegou nele, sabe?! Já a enfermeira Lourdes, o nome foi uma sugestão de Miralva e nós decidimos apelidar, carinhosamente, de Lulu. Ela é uma homenagem aos profissionais que estão na linha de frente lutando contra a Covid-19, inclusive aqueles que foram contaminados”, relata Ítalo Isaías, destacando que apesar de já atuar como ilustrador e designer gráfico, a participação e contribuição da professora Luciana Aquino durante as aulas de Direção de Arte, na UniFTC, foram muito importantes para que eles conseguissem chegar ao resultado, bem como o apoio da coordenadora do curso, Júlia Centurião.
“Encabeçar este projeto está sendo muito emocionante para nós, pois não sabíamos a proporção que isso teria. Recebemos agradecimentos de profissionais que trabalham em hospitais infantis que disseram o quanto estamos contribuindo para o entretenimento de crianças que por conta da pandemia não estão podendo receber a visita de voluntários que os ajudam com o entretenimento. Para nós isso não tem preço. Além da oportunidade de interagir com profissionais de outras áreas e da nossa, experiência que enriqueceu a nossa bagagem profissional”, afirmou Miralva, destacando todo o apoio que recebeu do Conselho Regional de Enfermagem, além dos colegas de outras instituições que também participaram do desenvolvimento do projeto.