Aula Magna da Rede UniFTC fomenta debate sobre a importância dos ecossistemas de inovação para o ambiente startup
Na contramão de um cenário de incertezas no setor econômico provocado pelo avanço da pandemia em todo o mundo, o setor brasileiro de inovação fechou o último ano com ótimos resultados. Houve recorde de aportes, avanços regulatórios e até novos “unicórnios” – startups que alcançaram uma avaliação de 1 bilhão de dólares antes mesmo de abrir seu capital em bolsas de valores.
De acordo com especialistas, a tendência é de que em 2021 as startups continuem nesse ritmo de crescimento, mas nada disso será possível se não houver um ambiente fértil que viabilize as boas ideias, ambiente este que é denominado de “ecossistema de inovação”.
Para fomentar o debate sobre a importância do ecossistema de inovação para os avanços das startups, os cursos da área de Gestão da Rede UniFTC realizaram uma Aula Magna nesta quarta-feira, 10, com Tauan Odilon Sousa, coordenador de Negócios Inovadores do Sebrae Bahia. “Esta discussão é fundamental para a construção de qualquer tipo de ação que envolva inovação, tecnologia e empreendedorismo”, destacou o gestor. “Trabalhar o amadurecimento dos ecossistemas de inovação é importante, pois é a partir de um ecossistema maduro que faremos com que o percurso do empreendedor entre a ideia e o negócio de sucesso se torne menos complexo”, explicou.
Mudanças cada vez mais rápidas
Fatores como a mudança de comportamento do consumidor e o surgimento de oportunidades em áreas como saúde, educação e serviços financeiros foram fundamentais para os avanços nos últimos meses.
Dentre as startups que transformaram a crise em oportunidade estão as de comércio eletrônico. O segmento de e-commerce foi amplamente beneficiado pela aceleração da digitalização ocasionada pelo isolamento social. Outras aproveitaram o momento para promover melhorias, e propor soluções mais globais, conectadas com o social.
“Estas empresas tiveram de se adaptar a cenários dinâmicos e estão mudando cada vez mais rápido. Se a pandemia trouxe o futuro para o agora, o que vamos enxergar agora é um fenômeno e um nível de velocidade nessas mudanças cada vez maior. Falar em startups de sucesso é falar também em velocidade”, afirmou Tauan Odilon Sousa.
Desafios futuros
Ainda de acordo com o coordenador de Negócios Inovadores do Sebrae Bahia, as políticas públicas influenciam diretamente neste processo de fortalecimento. Em Salvador, por exemplo, foi sancionada em 2020 a Lei da Inovação, que tem como objetivos centrais integrar os diversos agentes da cidade e viabilizar modelos de incentivo à inovação. “Agora estamos trabalhando para contribuir com a Lei da Inovação estadual, pois precisamos de ambientes favoráveis, criação de programas e ações como incubadoras e aceleradoras, além de tornar acessíveis inteligência, informação e dados.
Outro desafio é aproximar a academia com o mercado, para além da construção de laboratórios. “Precisamos investir em talentos e academia é muito importante neste estágio do processo”, lembrou. “Essa aproximação pode ter maior aderência na fase em que as startups estão num ciclo incipiente. São estudantes que possuem uma ideia e querem entender se essa ideia pode ou não virar um negócio. É preciso ensinar técnicas básicas de gestão para que ele saiba o que é empreender. Empreender não é um shopping center. Empreender é trabalho duro, é suor. A gente precisa trazer para o estudante para essa realidade”, concluiu Tauan.