Cabeleira foi absolvido em simulação de Júri Popular em Petrolina
Estudantes e grandes nomes do cenário jurídico do país movimentaram Direito, Arte, Literatura e Cultura nos dias 11 e 12 de novembro durante a 3º edição do Júri Épico, maior evento acadêmico e jurídico do Vale do São Francisco. Este ano estava no banco dos réus o personagem Cabeleira – de um romance regionalista do século XIX, escrito pelo autor cearense Franklin Távora.
Cabeleira foi julgado por uma chacina ocorrida na ponte Sete de Setembro, em Recife, e por maioria de votos, os jurados decidiram inocentá-lo pelo crime. O julgamento foi encenado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão PE) por artistas dirigido por Thom Galiano e contou com a apresentação de argumentações de promotores de justiça e advogados vindos de várias localidades do Brasil.
Os profissionais fizeram uma aula prática rica de informações sobre a área do Direito, com a realização da Sala do Tribunal. O momento foi uma demonstração da pedagogia jurídica através das Metodologias Ativas. O evento contou com palestras com grandes juristas do Brasil, debates, músicas e apresentações culturais.
“Fazer esse julgamento é trazer a história de Pernambuco, do cangaço e do Nordeste,além de abordar uma experiência jurídica incrível com os alunos. Um grande movimento de teatro, literatura e interdisciplinaridade. A UniFTC é parceira desde o início do Júri Popular e meu sentimento é de gratidão”, destacou o coordenador do projeto, professor da UniFTC, Anderson Araujo, que recebeu durante o evento o Título de Cidadão Honorário de Petrolina e a Medalha Dom Malan de Mérito do Poder Legislativo.
O projeto do Júri épico surge com o objetivo de permitir que o estudante de Direito adquira um aprendizado de forma lúdica, através de elementos históricos da região, ressaltou o coordenador do curso de Direito da UniFTC Petrolina, Cleone Souza Júnior. “Um movimento interdisciplinar que possibilita um conhecimento com mais propriedade sobre a nossa realidade histórica, social e cultural, através da aplicação real dos elementos do Direito”, disse.
Para a aluna do curso de Direito da faculdade em Petrolina, Elisa Gabriela Spano o evento é importante para sua vida acadêmica e profissional. “É essencial movimentar conhecimento constantemente, principalmente de forma prática, expandindo as informações que assimilamos em sala de aula”.
“Um evento de Direito que possui riqueza cultural, falou o estudante da UniFTC Petrolina, Felipe Lima. “Nele aprendemos de forma dinâmica a ser um profissional do futuro diferenciado no mercado de trabalho”.
Para o diretor da UniFTC de Petrolina, Andrei Mello, o momento foi de muito conhecimento e debate sobre questões que movem a sociedade contemporânea. “Um movimento de grandes palestras esperadas pelos alunos e que promovem educação e aprendizado. Estamos muito felizes com o impacto da terceira edição de um projeto cultural tão importante para a região”, falou o gestor.
A ação acadêmica reuniu profissionais renomados como o juiz Frederico Ataide Damato, os promotores de justiça do MPPE: Dalva Cabral, Danni Sales e Rawlisson Ferraz e os advogados criminalistas Caio Guerra, Jader Marques e Eleonora Nacif.
O Júri Épico é um evento acadêmico promovido desde 2019 na região do Vale do São Francisco comandado pelos alunos do curso de Direito da UniFTC e de outras instituições de ensino superior, juntamente com a Escola Superior da Advocacia de Pernambuco (ESA/PE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Petrolina).
Vem aí: Júri Épico 2023 com a simulação do julgamento de Padre Cícero
Ano que vem quem vai a Júri Popular é o sacerdote católico brasileiro, Cícero Romão Batista, conhecido como Padre Cícero. Ele foi afastado da igreja católica após um episódio em 1889 conhecido como “milagre da hóstia”, e foi perdoado em 2015, por decisão do papa Francisco, após mais de um século de punição.
Em 31 de outubro de 2019 e 2020, a Rede UniFTC movimentou as histórias com os júris populares de Lampião, o Rei do Cangaço e de João Grilo, famoso personagem de Ariano Suassuna.