Estudantes criam aplicativo para aproximar idosos de seus familiares durante a pandemia
A pandemia da Covid-19 mudou drasticamente as relações, impondo sérias restrições a toda população. Considerados como grupo de risco, os idosos foram os mais afetados pelas novas regras de comportamento. Para eles, o isolamento não é uma opção e sim uma condição de sobrevivência, já que possuem maiores chances de desenvolver a forma mais grave da doença quando contaminados. Este cenário também pode ocasionar graves consequências na saúde mental das pessoas da terceira idade, de acordo com estudos do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC).
Pensando em como ajudá-los nesse contexto de distanciamento social, estudantes do curso de Psicologia da UniFTC Itabuna criaram o “Zeca”, um aplicativo comprometido em tornar estas restrições menos doloridas, buscando aproximar, por meio digital, idosos de seus familiares. Para isso, os estudantes Bruno Santos, Lilian Batista, Mailane Santos e Rafael Conceição desenvolveram diversas funções como meditação, agenda interativa que permite o familiar acompanhar a rotina do idoso, como por exemplo, enviar mensagem de voz lembrando que é hora de tomar o remédio, além de atividades cognitivas com foco na memória e bate-papo.
A ideia foi campeã da segunda edição do Maratona de Ideias, projeto da Rede UniFTC que tem como propósito desenvolver soluções empreendedoras para beneficiar a comunidade, respaldadas nas vivências acadêmicas. Para o estudante Rafael Conceição, “o projeto surgiu como um convite para sair um pouco da teoria e se perceber enquanto agente de mudança do contexto social”.
“O suporte e o treinamento adquiridos no Maratona de Ideias potencializaram ainda mais o processo criativo, nos possibilitando adentrar em outras áreas do conhecimento, além de adquirir novas habilidades”, detalhou o estudante. “O processo de criação do ‘Zeca’ nos exigiu um olhar que perpassa diversos saberes. Nós promovemos uma experiência singular na trajetória acadêmica, baseada em um olhar humanista, holístico e empático para com os problemas sociais”, destacou Rafael Conceição.
Para a professora Cássia Ferreira, orientadora do projeto, a experiência em orientar essa equipe foi desafiadora, pois exigiu um nível de pesquisa elevado na área que o projeto atua. “No entanto, a alegria dos alunos em conseguir propor soluções aplicáveis para a comunidade foi única”, contou. Para ela, que ministra a disciplina Liderança e Empreendedorismo no curso de Psicologia, “a inovação surge quando somos levados a pensar de um modo diferente. A Maratona dá ao estudante um caminho de possibilidades que podem mudar sua trajetória acadêmica”.
O processo de aprimoramento do “Zeca” contou ainda com o apoio de agentes como a professora Leda Barreto, coordenadora do curso de Psicologia, e do professor Kaminsky, diretor geral da unidade de Itabuna, que, de acordo com Cássia Ferreira, foram fundamentais para o engajamento e motivação da equipe. “A direção da unidade se fez constantemente presente dando todo suporte necessário para amadurecimento da ideia e desenvolvimento das etapas. As oficinas ofertadas pelo professor Fabrício Oliveira abriram os horizontes dos estudantes para novas possibilidades usando ferramentas online”, concluiu.