UniFTC inicia Semana de Boas-Vindas com Aula Magna do psicólogo Julio Scarpati

UniFTC inicia Semana de Boas-Vindas com Aula Magna do psicólogo Julio Scarpati

Dando início a Semana de Boas-vindas 2022.1, a UniFTC recebeu na manhã desta segunda-feira, 14, o psicólogo, neurocientista e empresário Julio Scarpati para a Aula Magna. O evento reuniu estudantes dos cursos de Saúde para conhecerem e debaterem sobre ‘Ferramentas psicológicas para o enfrentamento dos desafios do mundo’.

No começo do debate, Julio apresentou a teoria da Hierarquia de Necessidade. Essa hierarquia foi criada por Abraham Maslow e publicada em 1943, em que ele define as necessidades em cinco categorias: fisiológicas, segurança, afeto, estima e as de auto realização. Ainda afirmou que as pessoas estão no mundo se fazendo enquanto o mundo está acontecendo.

“A gente faz um resgate histórico para saber como nosso pensamento funciona, nossa personalidade, nosso cérebro em si e tenta encontrar mecanismos onde a gente possa atuar de maneira intencional sobre o nosso cérebro, para poder lidar com isso”, explicou Julio ao introduzir o tema aos alunos.

A chegada de perguntas dos participantes também permitiu que ocorresse um debate sobre motivação. Neste momento, Julio deu alguns exemplos, explicando que a motivação é baseada em fatores pessoais (intrínseca) ou ambientais (extrínseco).

“A gente não pode trocar o que a gente quer para o nosso futuro pelo o que a gente quer agora, porque estamos fazendo esse conjunto de escolhas sistematicamente na nossa vida. O futuro não chega, a conclusão não chega. E nosso cérebro, como eu disse, ele é treinável, então a gente tem que tomar muito cuidado para não treinar nosso cérebro a fracassar, a desistir, porque ele aprende isso. Ele aprende a fazer de novo”, pontuou o psicólogo.

O palestrante aproveitou o momento para falar sobre o locus de controle, que – de maneira abstrata – é uma maneira de medir o quanto as pessoas sentem que não têm controle sobre o que acontece em suas vidas (se acreditam ser algo externo ou interno, global ou específico, pontual ou estável).

Neste seguimento, foi abordado sobre como as pessoas que têm locus de controle interno acabam tendo melhor nível de desempenho, caso comparadas às que têm locus de controle externo. Além disso, como o vício em determinado comportamento pode criar uma sabotagem. “Para algumas circunstâncias, eu boto a culpa no mundo. Para outras, em mim”, afirmou Julio.

Ao decorrer da palestra, ele deu algumas dicas de como treinar para alcançar objetivos. Inclusive, até mesmo explicou que, para ele, devemos correr atrás da zona de conforto. No caso, a zona de conforto é onde o indivíduo quer estar ou algo que queira adquirir, o que irá deixá-lo confortável e feliz. E, para isso, é preciso treinar a si mesmo e deixar de lado comportamentos que sabotam. “Aprender a dizer não a si mesmo ajuda que a gente não se boicote”, comentou Scarpati.

De acordo com ele, tem que começar com pequenas coisas. Não há como mudar algo que fez por anos de uma vez só. Essa mudança deve ser feita aos poucos. É importante que o indivíduo defina metas e prazos relevantes e simples o bastante para que sejam cumpridos. Na palestra foi citado o exemplo da leitura, em que ele afirmou que se alguém passou 20 anos sem ter o hábito de ler, não há como de repente ler três livros por mês. Mas se estabelecer uma pequena meta de ler uma página por dia, em alguns meses ele poderá adquirir o hábito da leitura.

Por fim, explicando sobre abrir mão de comportamentos de boicote, Julio afirmou: “A gente começa a não fazer no momento em que a gente admite que é difícil não fazer, que é difícil abandonar comportamentos automáticos, quando admitimos que é viciado em comportamentos e criamos metas que sejam atingíveis. […] Quando a gente cria metas ou proposições que são inatingíveis, abandonamos na largada, e não se abandonar é a primeira coisa a se reconhecer”.

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